quinta-feira, 16 de julho de 2009

Youtube e Digg abandonam suporte ao IE6

E o que isso muda na minha vida? Se você fez, faz ou um dia pretende fazer websites, se você trabalha com webdesign, webdeveloping e afins, isso muda MUITO a sua vida.

Imagine seu browser como um trem e os sites como uma ferrovia. Imagine também que os inmetros da vida tenham estabelecido um padrão de ferrovia e que quase todos os trens estão de acordo com esse padrão. Mas existe um, apenas um trem, que não está de acordo com o padrão estabelecido e segue um padrão próprio. Esse trem anda nos trilhos padrão com muitos solavancos. Mas infelizmente esse trem conta com muitos passageiros, logo é uma parcela que não pode (ou pelo menos não podia) ser simplesmente ignorada. A solução era para cada rota, você teria que construir duas ferrovias paralelas: uma para quase todos os trens e uma para o trem fora dos padrões. Se essa rota sofresse um desvio, o desvio teria que ser feito nas duas ferrovias.

Com os browsers, acontece a mesma coisa. A Microsoft ao lançar o IE6 (o primeiro browser minimamente aceitável comercialmente) embutiu nele um motor de renderização, o responsável pela interpretação e apresentação da página, não-padrão. Ou seja, ele interpreta e apresenta o conteúdo html + css de um jeito próprio, diferente dos padrões estabelecidos pelo w3c - o World Wide Web Consortium, o "INMETRO da web".

Pro desenvolvedor web, essa diferença se torna um calvário. O cara cria um site. Testa no Firefox...funciona; testa no Safari...funciona; testa no Opera...funciona; testa no IE8 (pra ninguém dizer que é antipatia contra a MS)...funciona; testa no IE6...layouts estourados, textos faltando, e problemas a mil. E qual era a solução para os desenvolvedores? Duplicação de conteúdo + JavaScripts, comentários condicionais, CSS Hacks, em suma os velhos e bons "gatos". Soluções paliativas que consistem em péssimas práticas de programação.

A adesão de dois serviços "majors" como o Digg e o Youtube é a ação que todos os desenvolvedores queriam, mas que nunca tiveram condições de fazer. Principalmente por força dos contratantes, que precisavam de um site visível universalmente. Ou na pior das hipóteses, os contratantes mandavam fazer sites compatíveis apenas com o IE6 (coff...coff... Governo do Distrito Federal...coff...coff...) por ser o browser de maior fatia no mercado, pelo menos no Brasil.

Quer dizer que se eu sou usuário do IE6, eu não conseguirei mais assistir os vídeos do Youtube?

Talvez.

Os mais otimistas, como o meu caso, acham que o Youtube vai simplesmente construir suas páginas usando os Padrões Web, sendo assim os únicos problemas vão ser estouro de layout, caixas de texto mal posicionadas. Texto sobrepondo vídeo, e vice-versa.

Os mais pessimistas, como o Pedro Rogério do Pinceladas da Web, acham que eles vão cortar a tag <embed> do HTML que é uma tag que já caiu em desuso e isso interfere muito na exibição dos vídeos.

Enfim, já estava passando da hora de sepultar esse browser nefasto. Se essa iniciativa ganhar o apoio dos grandes portais de comunicação mundo afora, aí sim o fim do IE6 estará próximo.

E você, faça a sua parte. Se você já usa o Firefox, Chrome, Safari ou Opera, tudo bem. Mas se usa IE6 e gosta MESMO do browser da Microsoft, faça logo o upgrade do seu browser e salve a vida de muitos desenvolvedores:

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